O Rol de procedimentos da ANS, em 2016, incluiu em sua lista de exames de cobertura obrigatória para os beneficiários de planos de saúde, exames genéticos para a pesquisa de microdeleções e microduplicações relacionadas a doenças raras específicas.
Algumas doenças genéticas podem ser causadas pela perda ou pelo ganho de parte de um ou mais genes e essas alterações são comumente denominadas de variações de número de cópias (CNVs) e compreendem as Deleções e Duplicações.
Exames específicos como os de Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação (MLPA) e de Análise Cromossômica por Microarray (CMA) são considerados, até o momento, padrão-ouro para a detecção de Deleções e Duplicações.
O que é MLPA?
O MLPA (Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação) é indicado para investigação de condições com suspeita clínica conhecida, pois é um exame altamente específico e robusto e sua técnica é baseada na análise dos picos que se referem ao número de cópias de paciente comparadas a amostra controle. As sondas, de tamanhos diferentes, são especificamente posicionadas nos genes, de forma uniforme, permitindo a amplificação somente das sondas que se ligaram às regiões alvo. Como o processo de amplificação é exponencial, perdas ou ganhos de material genético serão suficientes para gerar um sinal diferente daqueles obtidos em amostras controle.
O CMA é indicado principalmente investigação de situações em que não haja uma região específica a ser pesquisada, uma vez que há cobertura para todo o genoma, ou que não existam sondas de MLPA disponíveis
Os testes de CMA são comumente denominados na prática clínica de Microarray, CGH-Array e SNP-Array e sua técnica é baseada na detecção de sinal emitido pela amostra do paciente, em comparação aquela de controles clinicamente saudáveis por meio de sondas que reconhecem trechos específicos de DNA, bem como polimorfismos frequentes na população. A resolução do teste depende diretamente da distância entre as sondas e da quantidade de sondas necessárias para se obter uma região mínima de confiança, o que pode variar dependendo da metodologia aplicada.
Para entender como funcionam estes testes é preciso ter em mente que os genes são formados por uma sequência de nucleotídeos (DNA) e sua função depende diretamente da correta disposição desses nucleotídeos. As alterações que afetam pontualmente a sequência linear desses nucleotídeos ou que cursam com perdas ou ganhos de nucleotídeos de até 50 pares de bases são identificadas pelos exames de sequenciamento (incluindo sequenciamento de genes únicos, painéis ou exoma). Porém, devido à duplicidade do material genético (herança materna e paterna), os exames de sequenciamento não apresentam alta especificidade e sensibilidade para a correta determinação das CNVs maiores.
A tabela abaixo apresenta os diferentes exames de MLPA oferecidos pelo DLE Genética Humana e Doenças Raras para diagnóstico de CNV’s:
Exame | Doenças (conforme DUT) |
MLPA do gene CHECK2 | Câncer hereditário |
MLPA para a região – 1p36 | Síndrome de deleção 1p36 |
MLPA para a região – 4p16 | Síndrome de Wolf-Hirschhorn |
MLPA para a região – 5p15 | Síndrome Cri du Chat |
MLPA para a região – 5q35 | Síndrome de Sotos |
MLPA para a região – 7p21 | Síndrome de Saethre/Chotzen |
MLPA para a região – 7q11 | Síndrome de Williams-Beuren |
MLPA para a região – 8q24 | Síndrome de Langer-Giedion |
MLPA para a região – 11p13 | Síndrome de WAGR |
MLPA para a região – 15q11 | Síndrome de Prader-Willi/Angelman |
MLPA para a região – 16p13 | Síndrome de Rubinstein-Taybi |
MLPA para a região – 17p13 | Síndrome de Miller-Dieker |
MLPA para a região – 17p11 | Síndrome de Smith-Magenis |
MLPA para a região – 20p12 | Síndrome de Alagille |
MLPA para a região – 22q11 | Síndrome de DiGeorge |
MLPA para a região – 22q13 | Síndrome de Phelan-McDermid |
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